Do lado de cá...

Do meu lado, posso ver coisas que as outras pessoas não podem ver...

Vejo a simpatia como afago na alma da pessoa acarinhada...

As boas intenções que tenho são acalentos em contrapartida com este mundo envolvente e obsceno...

E apesar de por algumas vezes me deixar ser absorvida pela insanidade, sou natural...

A definição do insano ainda me é contraditória...

Há momentos em que eu posso jurar que sei de tudo...

Mas este meu tudo nunca é suficiente, ele não inclui a ciência exata para me direcionar a quem confiar, ou como não me amarfanhar, e acima de tudo como sobreviver a todos os outros...

Permaneço acreditando...

Mas não me permitirei nunca fingir ser alguém que  não sou...

Parecer com os outros não me deslumbra, os outros são os outros...

Tranqüilamente acredito que encontrarei o lugar onde quero estar...

Pode não ser hoje, nem amanhã, quem sabe em anos, ou em dias, ou até mesmo em horas, ou no recôncavo da minha alma...

Sigo compreendendo ou não o mundo a minha volta, vou percebendo toda a importância da contestação vivente nas palavras...

Existem as belas, as feias, as sombrias, há aquelas que não me fazem sentido algum, e as piores das palavras são as que podem tocar minha alma e flagelá-la, essas são as que enxovalham e deixam cicatrizes profundas no mais íntimo do meu ser...

No momento alcanço que nesta enorme jornada, complexa e por vezes sádica, mas de muitos momentos confortantes e até ditosos, a regra vale para todos e ela é bem simples...

Apenas necessitamos encontrar alguém tão normal quanto a nós mesmos...

Esqueça os padrões...

Livia Zine.

Nota da escritora:

- Cuidado ao encontrar este alguém, reconheçao a tempo de não perde-lo...

Pois é fato que você irá reconhece-lo, este alguém é único, mas, ainda assim é possível que você só o reconheça depois que ele já tenha passado...